O alvoroço com a urgência em transformar a escola para um mundo de inteligência artificial faz-me lembrar as palavras de Jean-François Marmontel na entrada sobre “crítica” da Encyclopédie ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers” (1751-1772), há quase trezentos anos, numa época de grande euforia com a revolução industrial e o génio humano.
“O desejo de saber é muitas vezes infrutífero por excesso de atividade. A verdade quer que a procuremos, mas que esperemos por ela; que a precedamos, mas que não a ultrapassemos. Cabe ao crítico, como guia sensato, aconselhar o viajante a parar ao fim do dia, para que não se perca no escuro”
As transformações do nosso mundo vão ser grandes, provavelmente muito grandes, mas serão diferentes do que pensamos. A inovação é como uma árvore. Sabemos que vai crescer, mas não sabemos quantos ramos nascerão nem que frutos dará. Avancemos com empenho, mas com bom senso, porque temos pressa.