Um quarto de século de TIC na Educação em Portugal

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Há vários meses que tencionava iniciar este blog. No entanto, como me ia faltando tempo para pensar no template ideal, no cabeçalho e nos outros adereços, acabei por deixar instalar-se a inércia do primeiro post: sempre que me sentia impelido a escrever (e não faltaram nem temas nem ocasiões) acabava por adiar. Resolvi começar hoje, sem nenhum template ideal e sem mais delongas. Afinal, ao contrário do que tinha imaginado, o texto que apresento diz respeito ao passado, e é curto, mas senti que não podia deixar transcorrer o dia 31 de Outubro de 2010 sem fazer uma pública homenagem:

Projecto MINERVA, 31 de Outubro de 1985. Na data em que se completa um quarto de século sobre o lançamento à escala nacional das tecnologias da informação e da comunicação na educação, e como homenagem a todos quantos, pelo seu empenho e paixão, tornaram possível, não apenas esse projecto, mas as múltiplas e valiosas inciativas de TIC na Educação que se lhe seguiram até aos nossos dias, reproduzo duas peças do museu das TIC na Educação em Portugal: o despacho de criação do projecto MINERVA (abaixo) e um artigo de reflexão pedagógica escrito nessa época. Este artigo, que também fazia um balanço dos três primeiros anos do projecto, intitulava-se Computadores nas Escolas e foi publicado na revista Colóquio Ciências, da Fundação Calouste Gulbenkian, nº 4, de Janeiro/Abril de 1989.

DespachoMinerva85

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16 Responses to Um quarto de século de TIC na Educação em Portugal

  1. Glória Soares diz:

    Parabéns pelo Blog e pela forma como o iniciou…

    Relativamente ao layout do Blog, quanto mais simples melhor. O que realmente é importante, e nos faz seguir um blogger, é o que ele publica…

    Boas publicações…

  2. Muitas horas de convívio passei à volta de outros entusiastas da informática na sala do Projecto Minerva da Escola Secundária de Pombal! Certamente não teria havido essa partilha de interesse entre tantos jovens dessa região pela programação, pela informática enquanto ferramenta criativa e produtiva, se não fosse o Projecto Minerva.

  3. Parabéns, Professor, pelo blogue!!

    … e muito obrigada por partilhar estes textos históricos aqui connosco!!

    A data vem mesmo, mesmo a calhar, para que todos a possamos celebrar!!

    Muito obrigada por ser o “Pajé” desta história!!

    Estamos todos de parabéns, hoje, não é verdade?… Parabéns para si também!! … 🙂

    Um abraço,
    Margarida Belchior

  4. Olá Professor! Lembra-se de mim? provavelmente sim. Pois…. um blogue do Professor António Dias Figueiredo não precisa de nenhum template especial. É o Senhor, tudo o que o Senhor nos vais ensinando e o prazer que é aprender consigo (mesmo sem ter sido formalmente sua aluna, como eu) que nos traz aqui. E é um prazer poder ler este seu 1º post confesso que não apenas por ser seu mas por aquilo que ele comemora. Costumo pensar que já faço umas coisas nas Tic Edu há algum tempo mas depois…. caio em mim e percebo que não fiz nada ainda 🙂 e que tenho muito a aprender e, se possível, a fazer e a ensinar.
    Parabéns ao projecto Minerva! Parabéns às Tecnologias Educativas em Portugal! Parabéns a si… a mim…. e a todos quantos trabalham para inovar os processos de ensino-aprendizagem, de avaliação também, e melhorar os resultados de aprendizagem com a integração curricular das TIC!
    Um beijinho e… até dia 19 de Novembro ao vivo e a cores =)

  5. Viva

    Ao fim de 25 anos de TIC em Portugal, começo a pensar que ainda não levam muito a sério todas as mudanças que as TIC implementaram e iniciaram nos processos de ensino aprendizagem. Começando pela própria TIC, cada vez com uma carga horária menor no percurso escolar dos alunos, quando deveria ser exactamente o contrário. Depois as “arrancadas” tecnológicas sem grande método, que nos levam a pensar que para se aprender a usar novas tecnologias da informação, basta “espetar” um computador nas mãos dos alunos e professores e por arte de Deus ou do Diabo, todos estes ficam a saber usar essa ferramenta. Ou então “encontrar” no seio da comunidade escolar alguém que tenha jeito para a “coisa” e pronto está tudo resolvido. Depois surgem os mitos, a Internet é má, os computadores só atrapalham, os meus filhos sabem imenso de informática e quando questionados sobre o que fazem ou sabem verifica-se que nem a dimensão e cuidados a ter eles percebem, as pesquisas são apenas copiar e colar, e o saber é intuitivo (não deixa de ser saber). Mas, da escola, esperamos transmissão de conhecimento, e que este seja intencional e completo.
    Espero que um dia percebam a importância de desenvolver as competências TIC a montante e jusante, no ensino e façam a promoção assertiva desta área tão importante do conhecimento humano.

  6. Antonio Dias de Figueiredo diz:

    Olá Glória! Muito obrigado pelo incentivo, desde o primeiro minuto 🙂 Vamos a ver se consigo manter uma regularidade interessante! Um abraço.

  7. Antonio Dias de Figueiredo diz:

    Viva Leonel! Obrigado pela mensagem. Calcule que, conhecendo-nos nós há tantos anos, só agora fiquei a saber que as suas primeiras contaminações com a Informática começaram nessas lides! Um abraço.

  8. Antonio Dias de Figueiredo diz:

    Olá Margarida! Muito obrigado! Sabe bem recordar os tempos dos “índios” do MINERVA e dos seus rituais! Um beijinho.

  9. Antonio Dias de Figueiredo diz:

    Olá Teresa! Então não havia de lembrar! Para meu benefício (e de tanta outra gente) todos os dias a encontro em muitos lugares do Ciberespaço! Até dia 19. Um beijinho.

  10. Antonio Dias de Figueiredo diz:

    Caro Emanuel, Muito obrigado pelas suas palavras! A razão da minha homenagem está, em grande parte, nos factos que cita. Compatibilizar a educação com as tecnologias está longe de ser um exercício fácil, e na maior parte dos casos os sucessos que conseguimos não são graças às condições que encontramos, mas sim apesar delas…

  11. Boa tarde,
    Fico extremamente feliz por ter, finalmente, aberto um blog em nome próprio. Pessoas como o António fazem muita falta à blogosfera das TIC/e-learning ou “qualquer coisa deste género” 🙂
    O projeto diz-me muito pouco e como tal outros especialistas já avaliaram o seu contributo.
    Pessoalmente espero que este “post” seja o primeiro de muitos…
    Aguardando…
    Até dia 19 em Lisboa
    😉

  12. Antonio Dias de Figueiredo diz:

    Caro Paulo, Muito obrigado. Embora raramente tenha tempo para uma participação on-line activa, a minha intenção é manter uma presença frequente neste blog e abrir logo que possível um outro, em inglês, para as contribuições de carácter internacional. Como sabe, os meus interesses e actividades de investigação distribuem-se por vários domínios, para lá do da Educação, pelos que os dois blogs serão algo transdisciplinares. A Educação é, contudo, o tema mais necessitado de intervenção colectiva urgente no nosso País e para o qual sinto mais necessidade de ouvir e sentir as opiniões de quem “está no terreno”. Por isso, guardo grandes expectativas relativamente à ajuda dos que afectuosamente deram as boas vindas a esta minha primeira experiência e de todos os que, de futuro, queiram juntar-se-lhes.

  13. Maria João Loureiro diz:

    Meu querido Senhor Professor,
    Junto-me aos demais e agradeço a iniciativa de criar este espaço que, estou certa, será muito rico.
    Ao reler o despacho de criação do Projecto Minerva e o seu texto, assaltaram-me vários sentimentos. Muita alegria e orgulho (fui e sou minervinha), por um lado, mas, por outro, alguma frustração (que não implica baixar os braços!!!!), porque as preocupações que levaram à criação do projecto (leia-se os três primeiros parágrafos do documento e o artigo onde as ideias estão mais elaboradas) e os objectivos propostos continuam de toda a pertinência e premência (o desemprego está ai…), passados vinte e cinco anos. A relevância dos princípios de funcionamento permanece também, a meu ver, inquestionável: descentralização, autonomia, envolvimento de professores de diversos níveis de ensino e consequente ligação entre a investigação, a formação e as práticas…
    E os sentimentos dão lugar a questões (que me têm surgido e comungo com outros minervinhas e não só), das quais partilho algumas: Que impacto(s) têm tido as várias iniciativas com objectivos similares ao MINERVA? Que práticas de referência geraram? (prefiro este termo a “boas” ou “exemplares”, porque considero que o bom e exemplar depende do contexto e que quando emitimos juízos de valor o fazemos em relação a um referencial, mesmo que por vezes implícito) Que princípios e orientações nortearam essas práticas? Como disseminá-las de forma mais cabal?
    Talvez a procura de resposta(s) às questões acima e a outras possa ajudar-nos a “acelerar” o processo de integração das TIC nas nossas escolas (uso regular e transformador do currículo, das práticas docentes, dos papéis dos envolvidos…) e, tal como acontece para o País, talvez precisemos de uma coligação de salvação da integração das TIC na Educação. Eu votava no meu querido Senhor Professor para a liderar e espero que este espaço possa ser uma das suas ferramentas.
    Um grande abraço e beijinhos. Espero encontrá-lo no ticEDUCA, na próxima semana.

  14. Antonio Dias de Figueiredo diz:

    Olá Joãozinha! É um prazer receber notícias! Partilho a mesma frustração. Mas os projectos são como os filhos: quando crescem, temos de os deixar seguir o seu caminho, gostemos ou não do percurso que escolheram! E o que mais desejamos, seja qual for esse percurso, é que cheguem mais longe do que nós chegámos. Ao longo dos últimos vinte e cinco anos não tenho perdido oportunidades para, em conferências e textos, e ciente do meu discreto papel de antepassado, deixar humildes sugestões.
    Em qualquer dos casos, o mundo de hoje é muito diferente do de 1985, e a integração das TIC na educação deixou de ser uma questão central. A questão central (de forma assustadoramente candente) é a da Educação, tout court. Claro que pensar a Educação, hoje, implica pensar também no papel das tecnologias, mas implica pensar, de forma orgânica, em muito, muito, mais questões! Espero vir a pronunciar-me, em posts futuros, sobre algumas delas. Beijinhos.

  15. José Portela diz:

    Caro Professor Dias Figueiredo,
    Penso que foi por essa altura que tinha acabado de frequentar, com alguns colegas, um seminário de Verão financiado pela FLAD e organizado pelo saudoso Altamiro Machado na UM. Desde esse momento que o MINERVA passou a ser a bandeira da modernização das escolas. Professores do ensino superior em franca colaboração com tantos professores do Primário e Secundário nunca se tinha visto em Portugal. Havia esperança, ilusão e muitos de nós trilhamos esse caminho. Passados 25 anos volta a haver espaço para intervenção. O tempo é outro, e os computadores já estão nas escolas, só falta mudar tudo.
    Forte abraço
    P.S. O despacho continua actual.

  16. zé loureiro diz:

    Sr. Professor
    Foram aprendizagens importantes que nos fizeram percorrer caminhos que, de outra forma, não teríamos, talvez, percorrido ou que, pelo menos, não o teriam sido da mesma maneira.
    obrigada
    beijinho

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